15 sinais inegáveis de que és um trintão/ou trintona

Atualizado em 1 Setembro, 2017

É perceber que se fossemos futebolistas já estaríamos em final de carreira, mas assim ainda temos de trabalhar mais uns trinta anos.

É ter a famosa ressaca que dura dois dias. Aliás, é começarmos a sofrer por antecipação enquanto estamos numa noite de sábado a beber e a pensar que se calhar é melhor parar porque temos de trabalhar na segunda e mesmo que durmamos domingo inteiro é capaz de não chegar para desaparecer a moinha da cabeça.
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É levar uma bolsa de medicamentos para várias maleitas sempre que se vai de férias. Transformamos a nossa bolsa da higiene pessoal num estojo de primeiros socorros com um termómetro, medicamentos para as dores de cabeça, dores de garganta, constipação, diarreia, prisão de ventre, e para a azia. Estar nos trinta é beber muita água com gás e tomar remédios para azia.

É só apanhar moedas do chão se forem mais de vinte cêntimos. As outras não compensam o esforço.

É ter dores no corpo só porque sim: «Olha, hoje dói-me um pulso, está giro. Não me lembro de ter dado nenhum jeito.»; «Olha, hoje doem-me as costas e aqui um músculo que nem sabia que existia!» e depois lembramo-nos que é no mesmo sítio em que daquela vez no recreio da escola primária demos com a bacia num lance escadas. Aos 30, as lesões antigas começam a querer reatar laços para serem nossas amigas até que a morte nos separe.
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É ver o mural do Facebook cheio de bebés dos nossos amigos e ex-colegas da escola, a maioria feios mas com comentários a dizer «Que lindo! É a cara do pai!». A segunda parte às vezes é verdade. Como andei nas escolas da Buraca e da Damaia, o meu caso é menos grave porque a maioria dos meus ex-colegas está na prisão.

É pesquisar esses ex-colegas e perceber que a maioria, claramente, já desistiu da vida. Sobe-nos sempre o ego, especialmente quando vemos que os outrora populares são os que estão piores e mais acabados que um aborto feito num vão de escada em Alfornelos.

É irmos a discotecas como o Jamaica e o Plateau só para nos sentirmos novos porque no Urban e no Main parecemos os pais que foram buscar os filhos à escola e parece mal mamar da boca em pessoas que ainda há pouco tempo tinham dentes de leite.

É ter quarentonas e cinquentonas a olhar para nós, já não como os filhos que gostariam de ter, mas como o rapaz que limpa a piscina e já agora dá um jeitinho no resto das zonas molhadas lá de casa.

É olharmos para raparigas de 18 anos e acharmos que sim senhor e depois sentirmo-nos velhos rebarbados, mas saber que quando tivermos 60 vai ser igual.

É sentir uma facada no peito quando alguém de vinte e poucos anos nos trata por você ou, valha-nos Deus, «senhor».

É começar a achar que a juventude está perdida. Que não há respeito pelos mais velhos e que não sabem o que custa a vida porque agora é tudo com apps e tecnologia. É achar que quem diz SWAG e YOLO e ouve Justin Bieber e D.A.M.A. devia levar com uma Bimby na moleirinha. Sim, porque ter trinta é começar a achar que se calhar uma Bimby até vale aquele dinheiro todo só porque faz sopas muito boas. Sim, ter trinta é, também, começar a comer sopa, especialmente no inverno que é para aquecer.
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É ter de responder àquela pergunta «Então e filhos?» em todas as festas de família e olharem para nós como se fossemos belzebu em pessoa quando dizemos que se calhar não vamos ter filhos, mas estamos a pensar em adoptar um cão. As tias velhas até se benzem.

É ser convidado para uma festa de aniversário, chegar lá e estar a família toda do aniversariante com filhos e primos incluídos. Há aquela impacto de «Oh que caral… então agora não posso enfrascar-me!», mas depois até nos sentimos bem quando vamos para casa sem estarmos bêbedos por saber que vamos acordar sem ressaca de dois dias.

É começar a pensar que certas coisas até têm algum apelo como por exemplo: cruzeiros, planos poupança e reforma, jogging, e levantar cedo ao sábado para aproveitar o dia. Ao domingo também, mas é para limpar a casa.

É o digestivo de eleição deixar de ser uma cerveja ou um shot de absinto e passar a ser chá de cidreira.

É ter jantares com amigos em que os temas de conversa são doenças, taxas de juro e móveis do IKEA. Vai-se alternando esses temas com histórias passadas que incluem sempre estas frases:
– Isso já foi há dez anos! – diz um.
– Dez? Foi há 15! – diz outro.
– Txiii, pois foi… estamos velhos.
– Pois estamos.