Resposta devida do INEM em seguimento da noticia: “INEM – EPISÓDIO VERGONHOSO – partilhem por favor 

Atualizado em 7 Agosto, 2020

No Facebook o INEM esclarece os acontecimentos referidos pelo relato da senhora Sofia Moreira, que por sinal omitiu que no fim de contas as ditas pessoas prestaram auxilio à pessoa que precisava.

E que todos temos o direito de ter um período de descanso,mas é evidente que não se defende a adoção de posturas menos corretas, mas facilmente se poderá cair no exagero da crítica destrutiva de quem conta o seu conto.

Como tal partilhamos a reposta dada pelo INEM sobre este assunto, que dá realmente que pensar como funciona o serviço de saúde.

Circula desde ontem no Facebook a seguinte mensagem que foi já alvo de ampla divulgação através das partilhas permitidas pelo Facebook:

“INEM – EPISÓDIO VERGONHOSO – partilhem por favor 

Enquanto os senhores responsáveis pela ambulância das fotos abaixo, de seus nomes Rodrigo Lopes e Claudia Gomes, se encontravam em parte incerta, tendo deixado a viatura ESTACIONADA na Rua Penha de França, como podem observar, 50 mts à frente, agonizava no chão, um senhor de meia idade, após ter caído com a mota da pizzaria para onde trabalha. 


Éramos 3 pessoas a ligar pro 112, e entre as esperas e o não atenderem as chamadas, não conseguimos ajuda. Eis quando vejo a ambulância e vou até lá. Perplexa, apercebendo me de que a mesma está estacionada, cuja informação me foi confirmada por terceiros, agarrei-me à buzina do meu carro até chamar a atenção de um proprietário de um café na esquina, que se apressou a tentar encontrar os ditos senhores (i)responsáveis pelo nosso socorro enquanto pessoas. Ao aparecerem os ditos, questionei os se estariam de serviço, ao que me responderam que sim. Perguntei lhes se estavam a atender a alguma emergência, ao que me responderam que não. Irritada como estava fiz lhes o relato do que se estava a passar, e ao pedir lhes as identificações, a Sra. Claudia Gomes ainda teve o desplante de ser arrogante para comigo. Aliás a descontração dos Srs é perfeitamente visível numa das fotos… mãozinhas nos bolsos e tal… Escusado será dizer que 2ª feira os nomes dos ditos estarão no livro de reclamações.”

Porque consideramos importante e adequado um esclarecimento público sobre o relatado, informamos:

O 112 é o Número Europeu de Emergência, sendo comum, para além da saúde, a outras situações tais como incêndios, assaltos ou roubos. As chamadas efetuadas para o 112 são atendidas pela PSP e pela GNR, nas Centrais de Emergência. O 112 canaliza apenas para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM as chamadas que à saúde digam respeito. Assim, e no caso em apreço, o não atendimento da chamada 112 não se deve ao INEM. Estamos certos que apenas o desconhecimento deste processo leva o cidadão a atribuir a falha ao nosso Instituto.

Quando a chamada é transferida para os CODU do INEM, é feita uma triagem clínica da situação e dada a resposta considerada mais adequada, podendo esta resposta passar por aconselhamento médico, pela transferência da chamada para a Linha Saúde 24, ou pelo acionamento de meios de emergência. Compete assim aos CODU atender e avaliar no mais curto espaço de tempo os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e adequados a cada caso.
Neste sentido, é importante explicar que as nossas equipas no terreno são apenas acionadas através dos CODU, o que não se terá verificado neste caso em concreto. Por esse mesmo motivo, a equipa não teria à altura qualquer informação sobre a situação descrita, designadamente sobre a pessoa que precisaria de ajuda.

Cumpre ainda informar que o facto da equipa não se encontrar dentro da Ambulância não compromete a operacionalidade do meio, pois o mesmo está em situação de “disponível”, ou seja poderá deslocar-se a uma ocorrência caso haja essa necessidade. Sendo um trabalho extremamente desgastante, é permitido aos profissionais das ambulâncias pequenos momentos fora das respetivas bases para tomar uma refeição, para algum aliviar de stress, mas tal não deverá nunca ultrapassar os limites do razoável. As refeições só ocorrem se o serviço o permitir, mas ainda assim os operacionais das ambulâncias não devem deixar procurar alimentar-se.

É evidente que não se defende a adoção de posturas menos corretas, mas facilmente se poderá cair no exagero da crítica destrutiva. Trabalhar nas Ambulâncias não é o mesmo que cumprir uma pena de prisão e os nossos profissionais podem – desde que isso não coloque em causa a operacionalidade do meio – procurar fazer uma refeição durante o turno.

Finalmente, vale também a pena recordar que os operacionais das Ambulâncias do INEM trabalham diariamente para prestar a melhor assistência médica pré-hospitalar a quem dela vier a necessitar. Os nossos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar Cláudia Gomes e Rodrigo Lopes são excelentes exemplos do espírito de missão que define os profissionais que se dedicam à emergência médica pré-hospitalar e jamais colocariam em causa o seu trabalho por uma deslocação a um local público ou uma refeição, pois interrompem-na – como acontece diversas vezes – se necessário for.

Em suma, a situação descrita não coloca em causa a assistência à população, uma vez que os meios estão sempre disponíveis para cumprir a sua missão assim que sejam necessários/acionados, o que neste caso não se terá verificado. Ainda assim, e apesar de não terem recebido o acionamento inicial do CODU do INEM, a equipa prestou à vítima toda a assistência necessária e procedeu ao seu transporte para a Unidade Hospitalar.

Neste sentido, este Instituto não pode concordar com a exposição negativa a que estes dois profissionais foram sujeitos, mais ainda quando os mesmos não fizeram mais do que cumprir aquela que é a sua missão.

Muito embora o INEM se encontre a aguardar a referida reclamação pelas vias oficiais, no sentido de procurar identificar alguma falha porventura existente, parece-nos por demais excessivo o título e o apelo à partilha de um episódio que, através de uma primeira análise, está muito longe de poder ser adjetivado de “vergonhoso”.