Bombeiro-heroi que esteve em coma acaba a receber 267 euros de pensão de invalidez

Ficou conhecido como bombeiro-herói. Os incêndios de 2017 deixaram Rui Rosinha, o bombeiro de Castanheira de Pera que esteve quase três meses em coma, fez 14 operações desde os incêndios de há quase um ano em Pedrogão, ficou com uma incapacidade de 85%. Rui Rosinha, 40 anos, vive agora com uma pensão de 267 euros.

Rui Rosinha, bombeiro de Castanheira de Pêra, que ficou gravemente ferido num acidente quando acudia aos incêndios de 17 de junho do ano passado na zona de Pedrógão, recebe uma pensão de invalidez de 267 euros mensais, o equivalente a menos de metade (em rigor, 46%) do salário mínimo nacional.

Rui Rosinha não quis fazer comentários acerca do valor. Relembrou, sim, a sua história: a sua história clínica do último ano e a sua história futura, que desconhece mas sabe que mudou para sempre.

“A vida que tinha até 17 de junho acabou-se”, diz ele ao jornal sediado no Porto. “Era fiscal camarário, bombeiro, estava ligado ao clube local e acompanhava os meus filhos no futebol e nas atividades”, emociona-se ele.

Tem 40 anos.

Depois do acidente, esteve dois meses e três semanas em coma, foi operado 14 vezes e ficou com lesões definitivas, outras que ainda serão alvo de intervenções e cuidados médicos. O atestado válido por cinco anos diz: 85% de incapacidade.

O valor da pensão foi revelado por quatro deputados do PSD, que questionam o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, sobre complementos a que o bombeiro ferido possa ter direito.

No requerimento, os quatro deputados interrogam se “existe, no atual quadro de apoios sociais, alguma possibilidade de apoio financeiro a este cidadão que possa acrescer à sua futura pensão de invalidez de 267 euros”.

O valor da pensão de Rui Rosinha está muito aquém de assegurar “os meios necessários à sua digna subsistência e à continuação dos tratamentos que a sua condição exige”, reforçaram ainda os parlamentares do PSD.

O bombeiro ficou dependente de terceiros e a esposa, Marina Rodrigues, teve de meter baixa psiquiátrica para o poder acompanhar.

Os filhos do casal, de 10 e 13 anos, estão a receber apoio de pedopsiquiatria.

Uma triste história e uma realidade inacreditável, um herói que se sacrificou por o nosso Portugal acabou por ser recompensado de uma maneira cruel.

Deu a vida pelo país e o país deu-lhe esta ninharia!

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